sábado, agosto 04, 2007

De mudança..

Bom pessoal, estou mudando de blog, com novo nome e formato, o link é esse:
http://ocinemaemfoco.blogspot.com/
republiquei os post anteriores junto com os comentários...
apareçam!!!

sexta-feira, agosto 03, 2007

Transformers, de MichaelBay


Transformers é o ápice da carreira de Michael Bay. Acho que foi a primeira vez que a crítica(não consigo entender) aprovou o longa que parece ser a grande sensação da temporada. Duas hora e meia de muito barulho, cortes toscos e um fiapo de história. O que no começo talvez se desenhasse algo de bom ao filme tentar não se levar à sério logo vira (de novo), numa blá-blá-blá militarista de quinta no qual Bay é um mestre. Tenho de admitir que os efeitos dos robôs são bons, bons apenas pois de tão detalhados e com a ajuda da montagem vertiginosa não proporciona fácil identificação. A câmera lenta é utilizada de forma covarde pois não está lá para provocar algum tipo de inflexão mais profunda e sim observarmos o quão difícil foi fazer aquele caos todo. **

quinta-feira, agosto 02, 2007

Os Filmes de Julho

A Cor do Dinheiro, de Martin Scorcese - 3
Cinema Paradiso, de Giuseppe Tornatore - 4*
Filhos da Esperança, de Alfonso Cuarón - 4
Harry Potter e a Ordem da Fênix - 3
Lavoura Arcaica, de Luís Fernando Carvalho - 5*
Munique, de Steven Spielberg - 5*
Notas sobre um Escândalo, de Richard Eyre - 3
Paris, Texas, de Win Wenders - 3
O Desespero de Veronica Voss, de Rainer Werner Fassbinder - 3
Os Produtores, de Susan Stroman - 1
Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado - 3
Rocco e seus Irmãos, de Luchino Visconti - 5
Tempo de Guerra, de Jean-Luc Godard - 2
Transformers, de Michael Bay - 2
Vestida para Matar, de Brian De Palma - 3

*Revistos
Munique, de Steven Spielberg

Munique faz parte da categoria de filmes "sérios" de Spielberg, como A Cor Púrpura, A Lista de Shindler e Amistad, podendo se destacar nesse grupo talvez como o mais sério, mais difícil e mais coeso de sua filmografia.
Ao mexer nesse vespeiro da disputas de terra entre Israel e, a partir dos eventos ocorridos durante os Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, Spielberg consegue acertar um ponto chave para o sucesso do longa: não tomar partido. Isso não significa ficar em cima do muro ou simplismente não adentrar demais nas raízes do problema, mas de um modo simples até, dizer que ambos os lados estão certos ou errados, dependendo do grau de rancor de cada um.
A família, ponto central dos filmes de Spielberg continua lá, mas não detêm o mesmoa mesma forma ou função de outros filmes seus. Ao aceitar liderar um esquadrão de vingança aos palestinos, o protagonista não questiona só o fato de uma futura recompensa e independência financeira, ele precisa defender sua pátria(família) e fazê-la merecer respeito.
Munique representa de certa forma uma ruptura da recente fase de Spielberg, onde, se o clima triste e melancólico continua, sai o tom asséptico 'a la Kubrick ' que se fez presente em A.I, Minority Report, Prenda-me se for Capaz e Guerra dos Mundos e dá lugar a um caos de informações, de poluição visual, de uma ação quase documental.
Spielberg trabalha com talvez o melhor diretor de fotografia, pelo menos meu favorito: Janusz Kaminski, que aqui se supera, novamente. Habituado com o uso da intensificação da luz clara invadindo os ambientes, da translucidez, em Munique o tom cinzae alarenjado aparecem de um modo que eu nunca tinha visto. Há um quê de sufocamento nessa iluminação, e juntando a isso os planos muito bem sintetizados da dupla. *****

segunda-feira, junho 18, 2007

Os filmes de Junho

A Marca da Maldade, de Orson Welles - 4
Cão se Dono, de Beto Brant - 3
Cidadão Kane, de Orson Welles - 4
Conceição, Autor bom é autor morto, da (UFF) - 2
Crônica de Anna Magdalena Bach, de Jean-Marie Straub e Danièle Huillet - 2
Luz de Invierno, de Alexandro Arroz - 2
Proibido Proibir, de Jorge Durán - 3
Os doze trabalhos, de Ricardo Elias - 1
Quem bate à minha porta?, de Martin Scorcese - 3*
Santiago, de João Moreira Salles - 4
Zodíaco, de David Fincher - 3


A Pedra do Reino, de Luís Fernando Carvalho


Indo na contra mão do processo de "mexicanização" das produções da Globo que antes se limitavam às suas telenovelas, mas nos últimos anos tem frequentado também suas minisséries, antes produto de teor mais refinado mas que hoje diferencia-se da novela apenas pelo seu "verniz artístico", Luís Fernando mais uma vez rende seu trabalho à experimentação e à busca pelo não acomodamento da televisão aberta no Brasil.

Seu novo projeto, intitulado Quadrante, pretende traçar um painel dos quatro cantos do país através de transposição de obras literárias regionais, com a participação de atores da própria região em busca de uma valorização da nossa miscigenação cultural.

Se em Hoje é dia de Maria Luís Fernando ousou a novidade do experimentalismo cênico como peça fundamental, A Pedra do Reino se aventura na desfragmentação da narrativa,vários tempos acontecendo hora em devaneios, hora em transposições de lugar, nunca a opção mais fácil, mas sim pedida diante dessa exuberante adaptação. Não acredito que algo de tamanha impacto visual tenha aparecido em nossa televisão aberta na última década. A fábrica de sonhos deu lugar, pelo menos por uma semana, para o artesanato, para a ousadia de impor o barroco em uma arena sertaneja, da troca do falso sotaque nordestino falado por cariocas por, aí sim, um "sotaque nordestino estilizado feito pelos próprios nordestinos", pois não se pode deixar de lado a experência de representer algo que lhe é seu por pertencer a ele.

Seu próximo passo é transpor Dom Casmurro, de Machado de Assis, provavelmente para o trimentre final. *****

sábado, junho 02, 2007

Os filmes de Maio

Acossado, de Jean-Luc Godard - 5
A Chinesa, de Jean-Luc Godard - 3
Maria Antonieta, de Sofia Coppola - 5*
Número 23, de Joel Shumacher - 3
O Homem-Aranha 3, de Sam Raimi - 4
Pickpocket, de Robert Bresson - 3
Santiago, de João Moreira Salles - 4
Traffic, de Steven Soderbergh - 3*

*Revistos

quarta-feira, maio 16, 2007

Maria Antonieta, de Sofia Coppola

-A beleza da futilidade-

Vez ou outra no cinema aparecem filmes que não se contentam só em contar uma história, mas aplicar o ponto de vista do autor sobre ele, contando algo já conhecido ou não. Cria-se então algo híbrido, algo que normalmente rompe de certa forma com o esperado e se une a recursos antes não aceitáveis para que aquela estrutura viessa a ser mostrada. Junto a isso vem o risco de se afundar sobre sua própria ambição. Considero que recentes filmes como Cruzadas, Coracão de Cavaleiro e Moulin Rouge se encaixem nesse perfil, sendo que apenas o último corresponda e supera as expectativas. A meu ver, Maria Antonieta entra para esse grupo e, como Moulin Rouge, atinge sua proposta.

Diretora de grande apuro visual e de sensibilidade musical, Sofia Coppola faz um filme considerando que Maria Antonieta seria uma mercadoria liberada da Áustria diretamente para a corte francesa. Encapsulada pela distância da família, frieza do marido e repulsa pelo "estilo-de-vida-da-corte", Maria Antonieta cria para si um universo próprio. A maneira de Sofia mostrar esse universo se transmite em : música cotemporânea (principalmente a dos anos 80), figurinos que de tão trabalhados que nos dão a impressão de um conto de fadas, montagem acompanhado a cadência da trilha, com certos momentos mais parecendo um imenso videoclipe. Aqui vale ressaltar seu acerto na escolha das músicas, que não só se resolvem como se tornam algo único, não dando para pensar em dissociá-las das cenas. Nos aspéctos técnicos o comparo a Barry Lindon, com visual exuberante das roupas, cenários riquíssimos, diferenciando na fotografia, que em Barry Lindon é amplamente baseada na iluminação natural e em Maria Antonieta é criado um aspecto "plástico", um excesso, quase que como que se as pinturas que retratam a corte ganhassem vida.

A diretora retoma aqui muitas aspectos de seu filme anterior Encontros e Desencontros, onde Charlotte, longe da família e num casamento problemático se perde nas ruas de Tóquio procurando sentido a sua vida. De certa forma Sofia faz de Charlotte e Maria Antonieta uma só. Ambas perdem seu olhar no horizonte, uma na Tóquio cosmopolita, outra nos imensos jardins franceses. As festas se repetem, incluindo ai as músicas. Ela basicamente "conta a mesma história" seja no Japão atual ou na corte francesa do século XVIII.

O filme é acusado de ser superficial. E é extremamente superficial, diferenciando bastante de filmes passados em época semelhante, onde o fardo de se mostrar um grande fato ou passagem é mostrado por vezes de forma acadêmica e engessada. Em Maria Antonieta não, não há essa proposta em nenhum momento, o fio narrador reside em Maria do início ao fim, inocentando-a de tudo qua acontecia ao seu redor por pura ignorância do que acontecia a sua volta pelo isolamento da corte com a população. Enfim, Sofia nos deu nova visão de uma das personagens mais marcantes da história recente. Se não foi bem assim, isso é cabe aos historiadores discutir, não a arte. *****

terça-feira, maio 01, 2007

Os Filme se Abril

300, de Zack Snyder - 3
Amadeus, de Milos Forman - 5*
Amantes Constantes, de Philippe Garrel -3
Cartas de Ivo Jima, de Clint Eastwood - 2
Evil Dead, A Morte do Demônio, de Sam Raimi -1
Happy Feat - de George Miller - 3
Ladrões de Bicicleta, de Vittorio de Sica - 4
O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia - 4
O Encouraçado Potemkin, de Sergei Eisenstein -4*
Maria Antonieta , de Sofia Coppola - 5
Viagem à Itália, de Roberto Rossellini - 3

* Revistos